COM A PALAVRA Wolfgang Alves Longo Moitinho
O que vemos aqui no Brasil, nos Estados Membros e na maioria
dos Municípios são as más gestões dos recursos públicos, sem pensar na
corrupção. Apesar da corrupção ser um dos grandes males da atualidade, a má
gestão é o pior para a sociedade.
A corrupção, em termos percentuais, não ultrapassa os 20% dos recursos desviados
em todos os entes federativos. Já a má gestão supera, e muito, a corrupção no
que tange aos valores perdidos, isso porque os gestores, de um modo geral, não
planejam adequadamente as aquisições, os projetos, as prestações de serviços à
comunidade. Daí, podemos notar a existência de projetos sem necessidades,
aquisições de materiais não necessários e que são descartados, serviços
prestados sem continuidade, dentre outras aberrações.
Neste final do mês de novembro visitei a cidade de Ribeira
do Pombal, aqui na Bahia. Visitava esta cidade quase todos os meses no passado.
Há 10 anos, por conta do meu trabalho, nas minhas andanças, percebia que era
mais uma cidadezinha tal qual as demais do Estado, nada apresentava de novo.
Tal qual outras da Região, os seus habitantes viviam da produção de feijão,
milho e do extrativismo da castanha na região; possuía um comércio moderado e
pequenas unidades industriais que fabricavam materiais utilizados na própria
comunidade. Os gestores eram sempre os mesmos, de pai para filho ou de um
político paro o outro de certos, ou mesmos dos mesmos partidos.
Pois bem, dez anos depois, em visita ao município, notei
imediatamente as mudanças ocorridas. O progresso está à vista: a cidade está
limpa, sem um lixo nas ruas, muitas praças bem arborizadas com passeios
pavimentados com qualidade, ruas bem estruturadas, ainda com poucas
residências, comércio pujante, mais que triplicado, com lojas cujas fachadas
indicam mudanças de paradigma dos próprios comerciantes.
Pasmado por uma visão não esperada, levou-me a procurar um
velho amigo comerciante ao qual questionei:
O que aconteceu para
estas mudanças tão alvissareiras?
Por que a cidade de Ribeira do Pombal se tornou progressista?
A sua resposta imediata foi: um novo modelo de administração
e um novo gestor competente.
Ato continuo me fez lembrar do açude sujo e que exalava um
cheio forte.
Em 2009 as pessoas que trafegavam pela Rodovia Br-110, no
sentido Paulo Afonso, ao passar por Ribeira do Pombal, percebia a existência de
um charque logo após a entrada principal da cidade. Tratava-se de um açude de
água parada que recebia esgoto das residências.
Pois bem! Mendonça, continuou! disse que o novo gestor projetou e está colocando em prática uma infra-estrutura
para transformar o açude fedorento em um local aplausível para a comunidade e
visitantes.
Ao sair do estabelecimento do meu amigo Mendonça fui
constatar o dito. Lá estavam as máquinas trabalhando no local.
Realmente, houve uma transformação percebida pelos moradores
e por aqueles que conheceram a cidade outrora e que retornaram posteriormente.
A reflexão que fiz naquele momento: é preciso que todos nós
cidadãos moradores de Valença comecemos a pensar o que queremos para a nossa
cidade. É preciso que tenhamos a coragem de mudar em todos os sentidos.
É preciso que tenhamos a coragem de mudar em todos os
sentidos. Valença não cresce, Valença continua provinciana. Temos que dar um
basta nesses políticos que prometem, prometem e quando são eleitos nada
realizam das suas promessas. Estes políticos nunca apresentam propostas
concretas e factíveis.
A culpa é nossa? Sabemos separar o joio do trigo? Existem
interesses perniciosos por trás de certos candidatos? Queremos uma cidade provinciana
ou progressista?
O fato é que somos os
guiados por falsos líderes que se locupletam ou aos seus pares, deixando a
cidade um nojo. A realidade é que pulam de galho em galho para estarem por cima
da carne seca.
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